INTENÇÃO
Este workshop é uma tentativa de estruturar uma ideia (ou seja, o processo – através da AUDIÇÃO – de regenerar/extrair uma voz) que em grande medida desafia a estruturação – ou mesmo a explicação.
1. A descrição dos sons vocais. Rótulos Tradicionais, populares e científicos podem ser confusos, restritivos ou simplesmente enganosos.
2. A informação nunca chega de forma conveniente – com suas implicações explicitadas, ou conteúdo claramente rotulado.
3. Reconhecimento da fisiologia da voz específica do cantor, e da individualidade na fisiologia. Ou seja, procuramos a complementaridade entre a pessoa e o que acontece no seu som.
4. Saber que a voz cantada é natural significa que temos de procurar, descobrir, desbloquear o que já está (naturalmente) lá.
5. A nossa intenção ou propósito afeta tanto o nosso objetivo quanto os meios para alcançá-lo. Por que estamos a fazer isto?
6. Como cuidadores da voz, é nosso dever estarmos preocupados com o que a faz saudável e completa. Um som saudável é composto de antagonismos equilibrados em todo o instrumento.
7. Habilidades musicais e expressivas são propriedades latentes da voz cantada e emergem com a sua libertação.
DIRETRIZES
1. Espera-se que os professores participantes tenham um conhecimento básico da anatomia e fisiologia relevantes – como em
a) a “mecânica” da musculatura laríngea (intrínseca e extrínseca), e
b) a relação dinâmica da garganta com o corpo.
Em caso de dúvida, recomendo Singen – Die Physische Natur des Stimmorganes (Singing: the physical nature of the vocal organ) de Husler e Rodd-Marling.
2. A base para este workshop é o reconhecimento de que o ouvido é decisivo no processo de formação da voz, que o processo seja regenerativo ou naturalmente libertador, e que a voz cantada funcione como um todo dinâmico.
3. O trabalho, embora naturalmente terapêutico, será com vozes em mente, não aquelas com sintomas patológicos diagnosticáveis.
4. Não é intenção deste workshop promover uma técnica ou trabalhar deliberadamente para objetivos musicais, estilísticos ou vocais específicos. O objetivo é direcionar o ouvido na exploração de uma base fisiologicamente sólida para o ‘desbloqueio’ das vozes dos indivíduos.
5. O valor da audição neste contexto (tanto para o cantor quanto para o professor) está no local, no reconhecimento e diagnóstico em tempo real. Solicita-se, portanto, aos participantes que não tragam equipamento de gravação. Em vez disso, eles são convidados a participar com ouvidos abertos e curiosos em um espírito exploratório e lúdico!
6. O Workshop é lecionado em Inglês.
ORGANIZAÇÃO DOS DIAS:
09h30 – Introdução/primeira sessão prática
11h00 – Café
11h30 – Segunda sessão prática + perguntas/feedback etc. )
13h00 – Almoço
14h00 – Início Sessão da tarde
15h30 – Café
16h00 – Início segunda sessão tarde
17h30 – Fim da oficina.
Professores de canto estabelecidos e iniciantes que desejam desenvolver suas habilidades de escuta no que diz respeito à libertação de vozes individuais. Os participantes devem comprometer-se com todo o curso.
Peter T. Harrison

Nasci em Wisbech, Cambridgeshire, Inglaterra, em 1946, e cresci em East Anglia, à qual permaneci fortemente ligado.
Como corista do King’s College, em Cambridge, sob a direção exigente mas encorajadora de David Willcocks, tive acesso a uma das mais completas educações musicais disponíveis para uma criança.
Na Royal Academy of Music estudei Canto, Violoncelo e Piano. Tive a sorte de treinar minha voz com a Prof. Joy Mammen e, mais tarde, com Pieter van der Stölk e Yvonne Rodd-Marling, todos grandes e inspiradores professores de canto da ‘Husler School’.
O meu interesse inicial pela pedagogia levou-me a ensinar aos alunos da Prof. Mammen (durante a sua licença de dois anos) tanto na Royal Academy como no que era então o London Opera Centre.
Em 1978 fui convidado a integrar o corpo docente de canto da Guildhall School of Music and Drama. Os convites para workshops seguiram-se rapidamente no Estoril, na Enseada da Prússia, em Madrid e na Cidade do México, e durante alguns anos o meu trabalho foi patrocinado pela Fundação Gulbenkian, pelo British Council e pelo Ministério da Cultura espanhol.
Em 1986, fui convidado a fazer parte do comitê consultivo de uma recém-formada Sociedade de Pesquisa de Voz, que mais tarde se tornaria a British Voice Association, da qual ainda sou membro.
Em 1994, juntamente com luminares pedagógicos como Richard Miller e Janice Chapman, fui selecionado como um dos sete ‘Master Teachers’ internacionais para o 3º Congresso Internacional de Professores de Voz realizado em Auckland, Nova Zelândia.
De 2000 a 2006 fui Diretor de Estudos Vocais do excelente Estúdio de Ópera do Porto, Casa da Música, Porto.
Por mais de 45 anos, tive o privilégio de trabalhar com aspirantes a cantores e solistas profissionais de cinco continentes, além do Japão, Nova Zelândia, Islândia, Coréia do Sul, Caribe e, claro, as Ilhas Britânicas, e tive o prazer de ver vários deles se apresentarem em grandes casas de ópera e salas de concerto. Mais importante, tenho visto muitas pessoas crescerem e se aprofundarem através de seu canto.
Agora, semi-aposentado e a viver em Portugal, continuo a escrever e a ensinar. E ser um avô orgulhoso me dá um incentivo extra para voltar, sempre que puder, à minha amada East Anglia.